O ENVELHECIMENTO NORMAL

O ENVELHECIMENTO CEREBRAL





Enquanto uma pessoa envelhece, o seu organismo passa por diversas alterações na sua estrutura e funções.

Este processo normal, conhecido por senescência, ocorre de forma gradual e expressa-se com manifestações características. De todas elas, as que acontecem no sistema nervoso são de uma importância fundamental.



O QUE ACONTECE NO CÉREBRO DO IDOSO?

Observou-se que o volume do tecido cerebral diminui de forma gradual e variável. Esta situação resulta da redução da quantidade ou do tamanho de algumas das células que formam parte do cérebro, os neurónios.

Ao mesmo tempo ocorre um aumento do volume do líquido que se encontra normalmente dentro do sistema nervoso.

A combinação de ambas as alterações é conhecida por atrofia cerebral.

Estas modificações podem acompanhar-se de algumas alterações nas funções intelectuais; assim, verifica-se uma lentificação generalizada de todos os processos mentais. Entre as manifestações mais marcantes podem mencionar-se a diminuição da capacidade de memorização, aquisição e retenção de nova informação. É característico, por exemplo, que um idosos tenha dificuldades em evocar um nome ou uma data específica de uma experiência cuja memória está intacta ("síndrome da ponta da língua"). Esta alteração da memória praticamente não agrava com o passar dos anos e pode não interferir com as actividades quotidianas.




QUE OUTRAS MANIFESTAÇÕES PODEM SURGIR?



Além das alterações mencionadas, o envelhecimento normal pode acompanhar-se de outras manifestações neurológicas.
Entre elas encontram-se:

- Perturbações do equilíbrio
- Postura encurvada
- Lentificação da marcha, com passos mais curtos
- Maior sensibilidade à luz intensa e menor adaptação ao escuro
- Surdez variável, especialmente para sons agudos
- Diminuição do gosto e do olfacto
- Redução da velocidade e potência musculares




DE QUE DEPENDEM AS ALTERAÇÕES CEREBRAIS NO IDOSO?



Algumas pessoas parecem resistir melhor à passagem do tempo que outras. Esta resistência constitucional aos efeitos do envelhecimento parece transmitir-se de geração em geração.
De facto, a probabilidade de viver uma vida longa com uma melhor conservação das funções cerebrais depende em grande medida da hereditariedade.
Por outro lado, existem vários elementos presentes nos alimentos que afectam o modo como funciona o cérebro.

Observou-se, por exemplo, que a deficiência de ácido fólico e de vitamina B12 podem contribuir para a deterioração das funções neurológicas durante o envelhecimento.

Também a vitamina E tem efeitos antioxidantes que podem contrariar algumas alterações provocadas pelo processo referido e certas perturbações degenerativas neuronais. Além da alimentação, a actividade física também é importante.
O exercício traz benefícios não apenas para o sistema muscular, esquelético e cardiovascular, uma vez que também influencia positivamente o cérebro.

O exercício realizado de forma regular melhora o estado de ânimo e as faculdades intelectuais.

As investigações da última década conseguiram fortes indícios de que as actividades intelectuais quotidianas e a conduta pessoal podem afectar de forma positiva ou negativa as estruturas do cérebro. Assim, o stress psicológico e social é prejudicial para o cérebro, enquanto que a estimulação da actividade intelectual parece ter um efeito protector sobre o sistema nervoso.




Fonte: Caderno de Saúde, ANGELINI